Nike questiona seu ícone: por que fazer?

Desde 1988, poucas frases foram tão poderosas no marketing quanto “Just Do It”. O slogan da Nike se tornou um mantra global de superação e movimento. Mas em 2025, a marca surpreende ao lançar uma provocação: “Why Do It?”

Mais do que uma alteração estética, trata-se de uma mudança estratégica. A Nike entende que vivemos em uma era saturada de mensagens de performance. As pessoas já não querem apenas ser incentivadas a correr, treinar ou conquistar — elas querem saber o porquê.


O peso cultural de “Just Do It”

Antes de entender o impacto da nova fase, é preciso reconhecer a força do original. “Just Do It” não era apenas sobre correr uma maratona ou vencer uma partida — era sobre tomar decisões ousadas, enfrentar medos, romper limites. O slogan funcionava como um empurrão universal: qualquer ação, desde acordar cedo para treinar até mudar de vida, cabia sob esse guarda-chuva inspiracional.

Essa simplicidade e adaptabilidade fizeram do slogan um dos mais duradouros da história, atravessando transformações de mídia e cultura sem perder relevância.


Por que mudar agora?

O mundo de 2025 é radicalmente diferente do de 1988. Vivemos uma era saturada por estímulos, metas de produtividade e pressões sociais para sempre “fazer mais”. Ao mesmo tempo, cresce a busca por propósito, equilíbrio e autenticidade.

Nesse contexto, o novo slogan não enfraquece o antigo — ele o complementa. “Why Do It?” é uma pergunta que convida o público a refletir: vale a pena? O que me move? Essa ação tem um propósito real ou estou apenas seguindo o fluxo?


Uma Nike mais madura e reflexiva

A mudança revela uma Nike que entende o consumidor contemporâneo. A marca percebe que não basta incentivar movimento; é preciso dar sentido ao movimento. A nova abordagem amplia o diálogo com temas atuais como:

  • Saúde mental: em vez de pressão constante pela performance, a Nike sugere que o esporte pode ser fonte de equilíbrio e bem-estar.

  • Causas sociais: a pergunta “por que fazer?” abre espaço para narrativas de impacto coletivo, como lutar contra desigualdade ou apoiar comunidades locais.

  • Consumo consciente: em tempos de críticas ao excesso, a Nike pode alinhar propósito à sustentabilidade e à responsabilidade social.


Branding como conversa, não imposição

O grande insight desse movimento é que slogans não são mais apenas mandamentos. Eles precisam ser convites à conversa. Ao transformar “Just Do It” em “Why Do It?”, a Nike dá um passo além da motivação unilateral e entra no campo da cocriação de significado: a resposta está na vida de cada consumidor, não apenas na narrativa da marca.

Esse tipo de abordagem mostra maturidade no branding: marcas fortes não têm medo de revisitar seus ícones — e, mais do que isso, de questioná-los.


O impacto no mercado

Essa provocação abre caminho para que outras marcas repensem seus próprios mantras. Em um cenário onde consumidores exigem verdade, propósito e relevância, slogans vazios correm o risco de soar ultrapassados. A Nike, ao contrário, prova que até os ícones podem se reinventar sem perder sua essência.


Conclusão

“Just Do It” foi a faísca que moveu gerações a agir. “Why Do It?” é o espelho que convida a refletir. Juntos, os dois slogans contam a história de uma marca que cresceu com seu público e que entende que o futuro da comunicação não é só inspirar, mas dar sentido à inspiração.

No fim, a Nike nos lembra: não basta fazer — é preciso saber por que fazemos.

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